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Cattalini reforça intenção de investir em Santa Catarina


Em reunião na prefeitura de Imbituba na tarde de terça-feira (29), diretores da Cattalini Terminais Marítimos reafirmaram o desejo da empresa de investir R$ 300 milhões em um projeto que evitaria uma crise energética em Santa Catarina, provocada pela dificuldade de abastecimento de combustíveis no Estado.

Ao longo de quase duas horas, o presidente José Paulo Fernandes e o diretor de Novos Negócios, Carlos Henrique Kszan, explicaram às autoridades do município os detalhes da iniciativa. Ela contempla a construção de um terminal de granéis líquidos em área próxima ao Porto de Imbituba.

Uma dutovia faria a ligação entre um berço de atracação de navios com combustíveis e metanol (com o qual se faz o biosiedel) e os tanques de armazenamento. Dos tanques, os produtos seriam distribuídos para Santa Catarina, que hoje depende do fornecimento de Paraná e Rio Grande do Sul. Os estados vizinhos já enfrentam dificuldades em suprir suas próprias demandas internas.

Transmitida ao vivo pela página de Facebook da prefeitura, a apresentação formal do projeto foi precedida pela manifestação contrária do prefeito Rosenvaldo Júnior em relação a um empreendimento do tipo em Imbituba. Mesmo ao ouvir a explicação técnica dos diretores da Cattalini, que opera há 38 anos em Paranaguá dentro de padrões internacionais de segurança, o prefeito reiterou sua posição.

Também tentou fazer uma analogia com o desastre ambiental que ocorre no litoral do Nordeste, atingido por um vazamento de petróleo venezuelano em alto-mar cuja exata origem ainda não foi determinada. Rosenvaldo perguntou:

"E se ocorre um vazamento em um navio antes que ele atraque na cidade, como aconteceu no Nordeste?"

O CEO da Cattalini mostrou que a comparação não era apropriada. Fernandes esclareceu:

"Prefeito, esse risco já existe. Tem navios em alto-mar e operando aqui no porto".

O diretor Carlos Kszan também enumerou os benefícios para o município, como a geração de até 200 empregos diretos, com prioridade total para a contratação de imbitubenses, a geração de cerca de R$ 28 milhões de receita em impostos estaduais e municipais e o forte apoio a projetos educacionais e ambientais, como a Cattalini já faz no Paraná.

"Em Paranaguá, os colaboradores que ingressam na empresa não buscam um emprego, mas uma carreira", afirmou o executivo. Que prosseguiu: "Queremos gerar empregos em Imbituba. É importante que os colaboradores sejam daqui. Haveria uma seleção e treinamento para capacitar cada um".

No encontro, os representantes da Cattalini reforçaram ser possível o convívio harmônico entre turismo e atividade portuária e enfatizaram que a operação com líquidos não tem ruídos nem odores e não polui.

Em 2016, uma lei municipal proibiu o armazenamento de granéis líquidos na cidade. Desde então, a Cattalini manteve suspenso seu projeto para Imbituba. O investimento que viria para Santa Catarina foi redirecionado para o Paraná, com a ampliação de suas operações no estado vizinho. Os executivos reforçaram que, mesmo que eventualmente a legislação fosse alterada, a empresa só investiria na cidade se houvesse um ambiente de tranquilidade. Reiteraram, ainda, que nos últimos dias têm feito contatos diretos com a população, em diferentes bairros e comunidades. Muitos mostram apoio ou desejo em obter mais informações. Alguns têm receio de demonstrar sua posição devido à conturbação e animosidade que o assunto gera nas redes sociais.

Na reunião na prefeitura, cerca de cem manifestantes contrários à presença da Cattalini na cidade protestaram com gritos e vaias. Entre eles, havia quem não aceitava sequer a abertura para o diálogo. Ao fim do encontro, o prefeito e o presidente da Câmara, Roberto Rodrigues, foram saudados, fizeram discursos e posaram para fotos com o grupo.

A Cattalini segue aberta a conversas, ao esclarecimento de dúvidas da população e mantém agenda nesta quarta-feira (30) com o governo do Estado, em Florianópolis.

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