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Fundo Eleitoral: Parlamentares não comparecem a reunião com entidades empresariais em Tubarão.

Um documento oficial será elaborado com o posicionamento das 22 associações do Sul do Estado em repúdio à ausência dos políticos e ao aumento do fundão

Lideranças empresariais do Sul de Santa Catarina, representadas por 22 associações empresariais filiadas ao sistema da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), se reuniram na noite desta quarta-feira, dia 26, na Associação Empresarial de Tubarão (Acit) para debater sobre a derrubada do veto presidencial ao aumento do fundo eleitoral.

O convite para estarem presentes à reunião foi feito aos senadores Dario Berger e Esperidião Amin e aos deputados federais Angela Amin, Carlos Chiodini, Celso Maldaner, Darci de Matos, Fabio Schiochet, Pedro Uczai, Helio Costa e Rogerio Peninha, parlamentares que votaram a favor do aumento do chamado fundão. Porém, os políticos não compareceram e não enviaram justificativas.

Segundo relatos, o senador Esperidião Amin chegou a ligar para Acit e "foi indelicado" ao questionar o convite.

Diante da ausência dos convidados, presidentes e diretores de associações empresariais do Sul e extremo Sul passaram a debater sobre o tema. Eles pretendem tomar uma decisão em conjunto contra os parlamentares que votaram a favor da derrubada de veto da Presidência da República aprovando R$ 5,7 bilhões em recursos públicos como novo valor do fundo eleitoral.

Após derrubada do veto pelo Congresso, o presidente Jair Bolsonaro aprovou o orçamento da União e valor dos recursos para financiar campanhas eleitorais em 2022 ficou em R$ 4,9 bilhões.


Presidentes de associações empresariais se posicionam

O presidente da Acit, Gean Carlo de Bom da Silva, reforçou que, independente do posicionamento do grupo, ele não irá receber os políticos que votaram a favor do aumento do fundão. "Nesse tempo em que estamos à frente da Acit não fomos procurados por nenhum deputado federal. Agora que as eleições se aproximam já temos três pedidos de reunião. Temos que ter consciência de que os políticos trabalham para o povo e as ações deles refletem em nós. Não podemos só dizer "amém", precisamos nos posicionar", afirma.

O vice-presidente Regional Sul da Facisc, Pedro Kuzniecow, liderou o encontro junto com Gean Carlo e destacou que a ausência dos políticos convidados foi um desrespeito com as entidades empresariais.

"Queríamos que eles justificassem esse aumento absurdo. Vamos tentar reverter essa decisão vergonhosa com o uso dos recursos públicos justamente no momento em que milhares de famílias passam por necessidades por conta da pandemia", diz.

O presidente da Associação Empresarial do Vale do Braço do Norte (Acivale), Evaldo Niehues Junior, também se pronunciou contra o fundão eleitoral e aguarda o posicionamento da Facisc para que se tenha uma voz unânime na decisão de não receber os políticos que votaram a favor do aumento.

"Viemos aqui para escutar o motivo do voto a favor. Porque os políticos não vieram? Não existe uma explicação. Fica a reflexão: devemos recebê-los quando vierem pedir nosso voto?", questiona.

Representantes de associações empresariais de Imaruí, Imbituba e Garopaba também participaram da reunião e defenderam que o fato de não receber os políticos não seria a melhor estratégia e que o setor empresarial deveria estudar outras formas de chamar a atenção da população e alertar sobre esse aumento do fundão, que chega a ser um crime, segundo os participantes. "Não podemos nos acovardar perante a esses que fazem mau uso dos recursos públicos. Somos responsáveis por nossas ações e omissões", debateram.

"A força motriz que move o país é o empresariado e os políticos estão fazendo pouco caso. As obras não acontecem e nós empresários não vivemos de promessas. Os impostos são cobrados e não podemos esperar para pagar. Já está na hora de mudarmos essa realidade", comentou o vice-presidente Regional Extremo Sul da Facisc, Ubirajara Pickler, que também conduziu as falas.


Posicionamento oficial será feito em documento

Após explanações e debates, as lideranças empresariais decidiram que irão elaborar um documento com o posicionamento oficial das 22 associações empresariais filiadas ao sistema Facisc e 4.372 empresas associadas, que juntas somam aproximadamente 28 mil empregos diretos.

O documento apresentará o repúdio à ausência dos políticos convidados considerando como uma falta de respeito ao empresariado do Sul do Estado e a falta de comprometimento com o dinheiro público.

Uma reunião entre as federações das associações empresariais será realizada no próximo dia 7 para definir a unanimidade do movimento contra o fundão em Santa Catarina.

As entidades da região irão aguardar a decisão para fortalecer a ação e incentivar outras entidades empresariais como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) a se posicionarem.

A classe também pretende entrar com uma ação judicial contra o fundo eleitoral em vigor e seguir divulgando o posicionamento contrário a utilização de recursos públicos para tudo o que não seja voltado para investimentos na melhoria dos serviços e equipamentos para a população, quer seja na área de infraestrutura, saúde, educação ou segurança.


Fonte e Foto: Lysiê Santos - Folha Regional


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